General Al-Sisi |
Nascido no
dia 19 de Novembro de 1954, no Cairo, Sisi se formou na academia militar em 1977,
quando passou a ser oficial de Infantaria. Sisi também cursou várias mestrias
de Ciências Militares no Egipto, em 1987, e no Reino Unido, em 1992, assim como
estudos em uma academia militar dos Estados Unidos em 2006. Casado e pai de
quatro filhos, o comandante-em-chefe ocupou diferentes postos de
responsabilidade nas fileiras do Exército, sendo comandante do batalhão de
Infantaria Mecanizada e chefe do departamento de Informação e Segurança da Secretária-geral
do Ministério da Defesa.
Em sua ascensão, também ocupou o cargo de
adido militar na Arábia Saudita, o que lhe deu projecção internacional entre os
países do Golfo. Posteriormente, ele foi comandante de brigada e de divisão da
Infantaria Mecânica, chefe do Estado-Maior e comandante da região militar
norte, que correspondente à região que abrange a cidade mediterrânea de
Alexandria.
Antes de se transformar em ministro da Defesa,
Sisi ainda dirigiu o departamento de Inteligência Militar das Forças Armadas.
Sisi assumiu seu posto actual quando o Exército lançava uma operação na
Península do Sinai para perseguir grupos armados após a morte de 16 soldados em
um ataque jihadista na zona. Os sequestros e o contrabando de armas no Sinai
também o forçaram a aumentar a vigilância nessa zona. Nos últimos meses, Sisi
se mostrava inquieto perante a divisão política vivida no Egipto.
Em Janeiro
deste ano, por exemplo, Sisi chegou a dizer que o Estado corria risco de
colapsar, se oferecendo para mediar os diálogos entre o governo e a oposição.
Figura afastada da imprensa, o chefe militar saltou ao primeiro plano dos
veículos de comunicação em Junho de 2011, quando reconheceu que membros do
Exército tinham submetido às mulheres detidas na Praça Tahrir aos chamados
testes de virgindade. Posteriormente, a Amnistia Internacional (AI) chegou a se
reunir com Sisi, que reconheceu que esse tipo de teste foi realizado para
"proteger" os militares das acusações de estupro, embora tenha
assegurado que não voltaria a colocá-las em prática.
Durante os 11
meses em que esteve à frente do Ministério da Defesa, o ministro também teve
que manter as relações militares com os responsáveis dos diferentes países
aliados, como destaque aos EUA, que, a cada ano, proporciona ao Egipto uma ajuda
militar de US$ 1,3 bilhão e que segue muito atento o desenvolvimento dos
últimos acontecimentos no país.
Sisi é o
líder de um Exército que nesta quarta-feira anunciou a queda do islâmico Mursi,
presidente que governou o país por menos de um ano depois de ter vencido as
primeiras eleições democráticas desde a revolução que desbancou o ex-presidente
Hosni Mubarak em Fevereiro de 2011. Em Agosto de 2012, em uma medida
inesperada, Mursi ordenou a aposentadoria do marechal Hussein Tantawi, que
tinha dirigido as Forças Armadas desde 1991, e de seu "número dois",
Sami Anan, que passou a ser seu conselheiro em assuntos militares.
Em seu lugar,
Mursi nomeou justamente Sisi, um homem mais jovem que todos seus antecessores
no cargo, o que foi interpretado na ocasião como uma reforma em toda regra do
estatuto militar. Agora, após a crise política gerada pela onda de protestos
populares, parece que a história volta a se repetir, mas no sentido inverso: o
Exército comandado por Sisi recorre ao golpe e retira o poder das mãos da
Irmandade Muçulmana em um choque de imprevisíveis consequências. Entre os que
estão orquestrando esta nova manobra, o comandante-em-chefe aparece como uma
das principais vozes, embora tenha mantido um perfil relativamente discreto
durante os meses prévios como chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa.
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