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domingo, 14 de julho de 2013

Política: De onde vêm os Partidos Políticos

Os primeiros partidos políticos modernos com as funções e características semelhantes às de hoje, surgiram na Inglaterra em 1832, nos Estados Unidos em meados de 1859 e na França associados à revolução de 1848.
        Daí a pertinência de se retomar as análises feitas por importantes cientistas políticos europeus e americanos a respeito das principais abordagens sobre os partidos e os sistemas partidários.
         Duverger (1967), quando expôs suas ideias, ainda na década de 1950, abriu uma nova perspectiva na discussão a respeito dos sistemas partidários e eleitorais, bem como do nascimento, consolidação e queda dos partidos políticos. Contudo, hoje, após tantas mudanças no cenário político-partidário e nos resultados do jogo eleitoral dos países ocidentais desenvolvidos, suas ideias já se encontram relativamente superadas, ainda que tenham tido grande importância para a ciência política, pois foi o fundador da linha de pensamento político que centra a atenção nas regras de funcionamento dos sistemas partidários e eleitorais como principal elemento definidor dos resultados político-institucionais, principalmente quando se trata da disputa eleitoral.
Sartori (1976), também segue na mesma linha, remontando sua análise a respeito dos sistemas partidários à história das ideias e à semântica. Ele descreve como a palavra “partida” se firmou historicamente e toda a dificuldade em torno dessa afirmação que, na realidade, faz parte da evolução democrática das sociedades liberais do Ocidente. Primeiramente, ele procura diferenciar facção de partido, mostrando como os interesses específicos das facções se contrapõem ao bem comum que, em tese, é o objectivo final dos partidos.
Grandes pensadores políticos, como Maquiavel, Locke e Rousseau, sempre centraram sua discussão no conflito entre os interesses específicos e o bem comum, despreocupando-se com as regras do jogo político. Para Locke, os indivíduos eram aqueles “homens livres”, logo, uma minoria da população. Eram pessoas com interesses comuns, daí as classes sociais, ou seja, eram grupos de pessoas com interesses em comum e que divergiam entre si. Já para Rousseau, a sociedade deveria ser homogénea, sem esses conflitos de interesses, que deveriam ser resolvidos através de uma democracia directa, impossível numa sociedade de massas.
           A facção busca interesses específicos, ainda que isso leve à cisão e a ruptura da ordem institucional, já o partido busca sempre o bem comum buscando a unidade e preservação das instituições políticas, seja ele qual for.
          De Maquiavel até à independência dos EUA, os partidos sempre foram mal vistos. A própria constituição americana de 1787 não previa a existência de partidos, tratava apenas da instituição dos poderes do Estado Executivo, Legislativo e Judiciário. Um dos axiomas do pensamento liberal americano é que o bem comum é o equilíbrio dos interesses específicos, e o que ele deve impedir é que um interesse tiranize o outro. Assim, havia o receio de que o voto da maioria da população mais pobre pudesse impedir a satisfação dos interesses dos mais ricos e poderosos, por isso, não acreditavam em partidos.

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